Perto

O modo como o vento transporta
Assusta tanto quem vive quanto quem assiste
Ouvi dizer que não se pode escolher a direção oposta da ventania
Eu tenho minhas dúvidas sobre isso
A tarde em meio ao mais terno sentimento
A noite em que dois mundos resolveram aprender a conviver
Com suas diferenças e suas semelhanças
Eu desisti de assistir de longe
Dessa vez eu resolvi viver
Fazer parte
Sentir os diálogos de saudades
Esquecer antigas linhas de pensamento
Que não nos levam a lugar algum
e realizar de uma vez por todas
aquilo que se acredita ser o contorno do mar
As lágrimas não foram em vão
E ainda não encontraram um lugar para esvaziar
A culpa por não ter procurado melhores palavras
Para dizer o que deveria ser o certo
Eu aceito a vida do jeito que ela é
E é estranho quando se percebe que você não é mais só você
Assusta o fato de dois mundos serem um único ser
Eu amo a vida
E não vou deixar que ela simplesmente me mande ir embora
Eu não vou me despedir dos diálogos
Eu não vou me despedir dos afagos
Eu a amo do jeito que ela é
E isso não são apenas palavras

Nade

Nada...
Nada do que você viu
Nada que o você tocou
Será da forma preto e branco de outrora
Por que não ter uma tv colorida dos nossos fatos felizes?
Nos apegamos aos fortes dias sem cores
E construímos o quê?
Nada...
Nada do que você viu...
Nem o que você tocou...
Terá a mesma intensidade durante a respiração das suas asas
Vejo tão longe
Quando sinto o presente ao meu lado
Uma idade distante que podemos alcançar
Com nosso ímpeto de vida
Vejo a construção da linda árvore dos avós
E assim...
Que seja possível florescer
Muito além dos melhores dias
Sinta nossos pés no chão
E mergulhe no céu comigo
Não aspire os dias cinzas
Nade...